domingo, 24 de abril de 2016

domingo, 10 de abril de 2016

poema ao pernilongo

Escutando o zumbido,
meio desperta, meio dormindo.
Sinto que existo
apenas esperando a morte chegar, 
a minha ou a dele.

Imperceptível o tempo
tal qual
a sustentação quase invisível
deste que suga a vida,
não tanto pelo sangue
mas pelo sono que me tira.

Três da manhã, quem dera,
olhos cobertos, rumo a imagens incertas,
cerimônia de sossego ao corpo.
Em vez de sonho, celofane levita pernas longas.

Pequeno corpo,
listras, picadas,
sob a minha vista cansada.
Sacudo, acudo em vão
o meu sono, a cada vôo
deste intruso.